Neste tópico, vamos comentar o artigo "A Base nas Escrituras para Esperarmos o Arrebatamento antes da Tribulação" de autoria de David Bay, Diretor do Cuting Edge Ministries [Ministério Espada do Espírito], no qual o autor afirma sua posição pré-tribulacionista. Os comentários feitos visam trazer a você, leitor do site Projeto Ômega, uma idéia mais clara das posições defendidas pelo pré-tribulacionismo e pelo pós-tribulacionismo e, a partir dessa análise, chegar à conclusão de qual posição está mais de acordo com as revelações escatológicas. As partes com as letras EE, se referem aos argumentos do texto de David Bay, enquanto aquelas com a identificação PO, se referem aos argumentos do Projeto Ômega, elaborados por Jesiel Rodrigues. Os assuntos foram divididos em itens, para sua melhor compreensão.
PO: Obviamente, a compreensão dos detalhes proféticos torna-se mais clara à medida que o cenário profético vai se concretizando através do tempo. Porém, o âmago da profecia já era entendido em sua plenitude pela Igreja primitiva (II Timóteo 3:10-17). Eles tinham a plenitude da revelação (I Coríntios 2:7-10) e se opunham a qualquer doutrina oposta à que fora ensinada por Cristo, inclusive no âmbito escatológico. Em II Timóteo 2:1-10, Paulo insta a Timóteo a guardar e transmitir aos novos líderes a sã doutrina (Para maiores detalhes, acesse o tópico ESCATOLOGIA PRIMITIVA) EE: Além disso, desde 1989, os espíritos-guia demoníacos estão dizendo aos autores de livros de Nova Era para prepararem seus aderentes para o arrebatamento do povo cristão. PO: Muitos desses escritos ocultistas atrelam a "abdução" em massa às pessoas que já são iniciadas e têm algum grau de comunicação e compromisso com tais "seres" e não aos cristãos (para maiores detalhes, acesse o tópico A GRANDE MENTIRA). No aspecto geral, há um perigo muito grande em basear-se nessas revelações ocultistas, pois podem levar a erros. Logicamente, não podemos desconhecer as maquinações diabólicas nem a existência de sinais e prodígios malignos que serão realizados nos tempos do fim, porém devemos ter cuidado em dar credibilidade às declarações ocultistas, pois as mesmas estão atreladas ao engano... Neste contexto vale a pena lembrar a realidade dos cristãos que serão sobrenaturalmente protegidos durante a tribulação e serão levados até um lugar preparado pelo Senhor "fora da vista da serpente" (Apocalipse 12:10-17), o que não pode ser confundido com arrebatamento. EE: Já usei muito esta ilustração, mas a julgar pelos comentários que recebemos desafiando nossa posição que o arrebatamento ocorrerá antes da Tribulação, ela aparentemente precisa ser repetida com freqüência: o que estava anteriormente fora dos limites da razão agora tornou-se bastante razoável à luz dos eventos atuais. PO: Neste ponto cremos que há uma confusão entre conceitos diferentes. Bay associa uma maior visibilidade dos detalhes do cenário profético à adoção do modelo pré-tribulacionista, quando uma coisa não tem nada a ver com a outra. O fato de conhecer melhor o desenrolar das profecias, muitas delas já se cumprindo em nossos dias, não justifica a adoção de um modelo completo diferente do defendido pelos irmãos primitivos para explicar tais fenômenos. A realidade é que o pré-tribulacionismo surgiu no século XIX, defendendo um modelo que não é aquele seguido pela Igreja primitiva. Nesse contexto, o doutor Bay precisa explicar o seguinte: em que os últimos acontecimentos e a compreensão que temos deles são incompatíveis com o modelo pós-tribulacionista?... EE: Por exemplo, até o início do século XX, a maioria dos comentaristas via o exército de duzentos milhões de soldados mencionados em Apocalipse 9:16 como algo totalmente fantástico e que deveria ser considerado como uma alegoria – representativo de alguma outra verdade espiritual. Eles raciocinavam que como todos os exércitos do mundo daquela época combinados não atingiriam aquele número astronômico, a passagem não deveria ser entendida literalmente. Entretanto, setenta e cinco anos depois, ficamos sabendo que a China sozinha provavelmente poderia mobilizar um exército daquele tamanho, se assim desejasse. Novamente, aquilo que estava fora da razão tornou-se agora bastante razoável! E o mesmo aplica-se às demais profecias – o tempo inevitavelmente lança mais luz sobre a interpretação. Similarmente, a história da igreja mostra que em alguns casos, foram necessários várias centenas de anos para que todas as grandes doutrinas da fé fossem codificadas e solidificadas. Por exemplo, a justificação unicamente pela fé não foi completamente "firmada" até os dias de Martinho Lutero, nos anos 1500s. Assim, não vamos cair na armadilha de pensar que tudo o que os primeiros pais disseram seja sacrossanto e esteja fora de revisão. PO: Será que "tudo o que os primeiros pais disseram" se refere à revelação neo-testamentária também? Se for assim, o autor está simplesmente sendo antibíblico, ao propor uma revisão das idéias escatológicas dos pais da Igreja primitiva, incluindo os apóstolos. Se ele está se referindo aos escritos extra-bíblicos, como os de Irineu, Justino Mártir e Hipólito, está esquecendo-se de uma grande vantagem que eles tinham em relação a nós: eles tinham acesso à tradição oral ainda pura (estamos falando dos séculos I a III DC), e escreveram seus comentários baseados nos ensinamentos dos apóstolos e do Mestre. Nem todos os ensinamentos e feitos de Jesus encontram-se registrados nos evangelhos (João 21:25). Também, nem todos os ensinamentos dos apóstolos encontram-se registrados no Novo Testamento. Porém, o próprio Salvador disse aos apóstolos que o Espírito Santo os lembraria de todas as coisas que Ele tinha ensinado (João 14:26). Por isso, não nos parece correto menosprezar a visão escatológica da Igreja primitiva, registrada nas obras de Irineu, Justino Mártir, Hipólito e outros, notavelmente pós-tribulacionistas, em função de uma "revisão" ou "evolução" teológica. As idéias contidas em tais obras são fruto do que eles ouviram dos apóstolos que, por sua vez, ouviram do Mestre! Somos defensores de uma interpretação literal das profecias, até o ponto em que a literalidade não seja incongruente. Porém, observamos que quanto mais literal é a interpretação escatológica, mas ela nos leva ao pós-tribulacionismo. O pré-tribulacionismo volta e meia precisa recorrer a deduções e a diversas alegorias para sustentar seu modelo, afirmando, por exemplo, que o Dia do Senhor não é um dia e sim um período de 7 anos, que aquilo que detém a revelação do anticristo é a retirada da Igreja e do Espírito Santo da Terra, apesar da passagem de II Tessalonicenses 2:5-7 não afirmar isso, ou que os "deixados para trás" na tribulação poderão alcançar a salvação somente através da força de vontade...
PO: Não se trata de ridicularizar, pois quem assim age se coloca sobre o patamar perigoso da infalibilidade e da presunção. Não é prova de inteligência ridicularizar idéias alheias e sim mostrar de forma lógica porque acreditamos em determinado conceito, sempre respeitando as idéias contrárias. A questão aqui, mais do que identificar como ou através de quem surgiu o conceito pré-tribulacionista, é sua frágil sustentação bíblica e uma realidade histórica: até o século XIX, não havia nenhuma concepção no seio da Igreja a respeito de um arrebatamento oculto anterior ao período tribulacional. EE: Para responder a essas objeções, tudo o que temos a dizer é, "O que dizem as Escrituras?" A posição (como afirmamos enfaticamente) encaixa-se com todas as Escrituras e fazem mais sentido do que aquelas que são anteriores a ela? Vamos descobrir, examinando o assunto da forma mais objetiva que pudermos. Que haverá uma remoção instantânea da igreja do mundo é algo que está fora de disputa, porque I Tessalonicenses 4:13-18 e I Coríntios 15:51-53 declaram isso. A principal diferença de opinião gira em torno de quando ocorrerá essa remoção, pois muitos insistem que será simultânea à Segunda Vinda de Cristo no fim do Período da Tribulação, e não no início. Todos os crentes concordam que Deus certamente arrebatará seus filhos eleitos deste mundo a qualquer tempo que escolher, mas existem várias razões lógicas para acreditarmos que esse evento ocorrerá antes da Tribulação. Primeiro, precisamos compreender que o principal propósito do Período da Tribulação ("O Dia do Senhor") é punir e refinar a nação de Israel - não a igreja de Jesus Cristo – que é a sua amada noiva. Parte (senão a maioria) da confusão que cerca esse assunto é causada pela compreensão incorreta do termo "escolhido" como se referisse aos filhos de Deus. PO: Apesar da atuação específica do Senhor sobre Israel e a derrocada do poder mundial maligno no período tribulacional, isso não significa que a Igreja precisa ser retirada da Terra para que o Senhor possa atuar. Não há nenhum precedente histórico que nos permita afirmar que o Eterno, para agir profeticamente com Israel, necessite primeiro retirar a Igreja do planeta. Também não existem razões bíblicas para afirmar tal coisa. Uma das muitas incongruências que o pré-tribulacionismo precisa explicar é a do uso duplo de termos. Por exemplo, o texto de I Tessalonicenses 4:15 usa o termo grego parousia (vinda) para descrever o arrebatamento da Igreja, que, de acordo com o modelo pré-tribulacionista, ocorrerá 7 anos antes da vinda de Jesus. Porém, textos como I Tessalonicenses 3:13 ou Mateus 24:37, reconhecidos até pelos pré-tribulacionistas como uma referência clara à vinda gloriosa de Jesus logo após a tribulação, usam o mesmo termo "parousia". Se a própria Palavra não faz distinção a respeito desses eventos, porque deveríamos faze-la? A mesma questão surge com o termo "escolhido". O pré-tribulacionismo afirma que os "escolhidos" mencionados em Mateus 24:22 ou Mateus 24:31, não são os mesmos "escolhidos" de Romanos 8:33, tratando-se de judeus e da Igreja respectivamente. Vejamos o que Paulo diz a respeito quando escreve aos gentios de Éfeso: "Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz..." (Efésios 2:12-15) Se a própria Palavra não diferencia os membros da Igreja dos membros do Israel do Pai, porque nós faríamos tal coisa? Vemos que muitos estão tentando inutilmente reconstruir a parede de separação derrubada pelo próprio Senhor... Não podemos separar os escolhidos do Senhor em segmentos, pois os mesmos já foram unidos através de Jesus! Referente ao sofrimento da Igreja no período tribulacional, surge a pergunta: qual é o maior dano físico que um servo fiel do Altíssimo, que guarda os mandamentos do Pai e mantém o testemunho de Jesus, pode sofrer num processo tribulacional? Certamente, é a morte física (martírio). O próprio Messias revelou que isso aconteceria com seus servos, o que foi confirmado pelos apóstolos e pela Igreja primitiva: "Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior que o seu Senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa" (João 15:20) "Mas alegrai-vos de fato de serdes participantes das aflições de Cristo; para que também na revelação de sua glória vos regozijeis e alegreis" (I Pedro 4:13) O que nós podemos observar na Palavra e no estudo da história, é que o Senhor tem capacidade para tratar com todos ao mesmo tempo e proteger quem Ele quiser em qualquer tempo. Por outro lado, a presença de servos do Altíssimo durante a tribulação é inquestionável e reconhecida até mesmo pelos pré-tribulacionistas, que os chamam de "os santos da tribulação" ou "deixados para trás", como se fosse uma parte separada da Igreja, formada por cristãos que viverão durante a tribulação, de acordo com a ótica pré-tribulacionista, baseados em sua própria força de vontade, pois, teoricamente, o Espírito Santo já não estaria mais na Terra. Ao ler o contexto do Apocalipse, vemos que esses santos não são meramente cristãos deixados para trás ou "ex-desviados", mas servos fiéis e consagrados ao Senhor, cheios do Espírito e pertencentes a uma Igreja que se oporá ao sistema maligno, mesmo em meio a uma brutal perseguição e cujos membros recordarão as palavras do Mestre a respeito da perseguição que sofreriam... EE: A Igreja é formada exclusivamente de indivíduos escolhidos, mas existem dois grupos distintos de escolhidos fora da igreja. O primeiro é formado pelos santos do Antigo Testamento e o segundo é o grupo daqueles que serão salvos durante o período da Tribulação. Portanto, quando vemos o termo "escolhidos" usado em Mateus, juntamente com algumas referências nos evangelhos de Marcos e Lucas – precisamos entender que esses não são os santos da Época da Igreja – por razões que serão explicadas em detalhes posteriormente. PO: Aqui o autor tenta insinuar algo que é completamente antibíblico: que membros do Corpo de Cristo não serão arrebatados (ressuscitados ou transformados). Paulo nos revela que nós, pertencentes ao corpo de Cristo, fomos enxertados na oliveira já existente (Israel) e que o Eterno fez um só corpo (Efésios 2:11-19), tanto gentios como judeus. A Igreja é um organismo atemporal, que reúne todos os servos do Altíssimo de todas as épocas, inclusive do Antigo Testamento, já que o sacrifício de Cristo também transcende as barreiras tempo-espaciais e abrange toda a história (Apocalipse 13:8). O que o autor precisa explicar é: com que autoridade ele segmenta algo que o próprio Cristo uniu, excluindo os "santos da tribulação" e os "santos do Antigo Testamento" da Igreja que será arrebatada e participará das bodas do Cordeiro. Será que Abraão, nosso pai na fé, que foi justificado pela fé (Gálatas 3:6-7), não participará da ressurreição dos justos (Lucas 14:14)? Será que a primeira ressurreição, da qual participarão cristãos martirizados durante todo o período tribulacional (Apocalipse 20:4-6), não é realmente a primeira ressurreição? Será que a universal assembléia e Igreja dos primogênitos inscritos nos céus, descrita em Hebreus 12:23, é formada por apenas uma parte daqueles que serão salvos pelo sacrifício redentor de Jesus? O autor precisa responder também como ocorrerá a salvação no período tribulacional, já que, de acordo com o modelo que defende, nessa época o Espírito Santo, que convence do pecado e do juízo, e a própria Igreja, incumbida pelo Mestre de levar as boas-novas, já não estarão mais na Terra... EE: A maioria das profecias sobre o período da Tribulação encontra-se no Antigo Testamento e, portanto, é claramente destinada a Israel. PO: A maioria das profecias do Antigo Testamento, no aspecto tribulacional, referem-se a Israel. Porém, quase toda a revelação escatológica do Novo Testamento refere-se à Igreja, incluindo a presença de servos de Deus em pleno período tribulacional. O cuidado divino com esse aspecto é tão grande, que um livro específico (Apocalipse) é dedicado a revelar à Igreja os pormenores tribulacionais. Até mesmo o termo "grande tribulação" é notavelmente neo-testamentário (Mateus 24:22, Apocalipse 7:14). EE: Adicionalmente, não faz absolutamente nenhum sentido o Senhor fazer sua noiva passar pelos horrores inimagináveis da Tribulação – mesmo considerando-se que a igreja é formada por pecadores merecedores do inferno. Ele nos salva pela sua graça e não por algum mérito nosso, de modo que propósito haveria em punição durante a Tribulação? Enquanto estivermos nestes corpos mortais, o pecado continuará a caracterizar nossa existência e nenhuma punição apagará nossa natureza pecaminosa. Somente após recebermos nossos corpos glorificados é que finalmente estaremos livres do pecado. PO: Os "horrores inimagináveis" da tribulação poderão levar os servos do Pai, no máximo, à morte física, como já comentamos. Isso nada tem a ver com "purificação espiritual" através do sofrimento e sim com martírio. Se fôssemos seguir o raciocínio de Bay, então pessoas como Paulo, Pedro, Tiago, Policarpo, João Huss, e tantos outros martirizados durante a história por perseverar na fé, não pertenceriam à amada noiva de Jesus, pois os mesmos foram brutalmente mortos em meio à perseguição institucional. Essas pessoas e milhares de outras, foram martirizadas, não como uma "punição" à sua natureza pecaminosa, mas para se fazerem participantes dos sofrimentos de Cristo! "Mas alegrai-vos do fato de serdes participantes das aflições de Cristo; para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis" (I Pedro 4:13) "Desde agora ninguém me inquiete; porque eu trago no meu corpo as marcas de Jesus" (Gálatas 6:17). EE: Aqueles que insistem que o período da tribulação servirá para remover "as máculas e as rugas" (Efésios 5:27) da igreja antes que ela possa se apresentar diante de Cristo, negligenciam esse fato básico. As imperfeições humanas e toda mancha do pecado precisa ser removida de nós como um pré-requisito para que possamos comparecer na presença de Deus – e isso será realizado instantaneamente no arrebatamento (I Coríntios 15:50-58). Tal crença forma a base para o Purgatório, de modo que aqueles que acreditam que a igreja precisa passar por um período de "purificação" estão aceitando a mentira do Purgatório! Os cristãos que constituem a igreja são imaculados, pois Jesus nos imputou sua perfeição. PO: Essa questão já foi abordada por nós na parte anterior. O sofrimento do cristão num processo tribulacional não visa sua purificação espiritual. A perseguição e o martírio são conseqüências de nossa posição perante o mundo, que jaz no maligno (João 5:17). O próprio Senhor nos revela que no mundo teremos tribulações, mas que tenhamos bom ânimo, pois Ele venceu o mundo (João 16:33). Como nos anos que antecedem a volta gloriosa de Jesus o mundo verá o clímax do poder satânico em seu domínio, a Igreja sofrerá uma perseguição institucional, semelhante à sofrida pela Igreja primitiva através do Império Romano. Não acreditamos que a Igreja precisa passar pela tribulação, mas acreditamos que ela passará pela tribulação, pois assim está revelado e essa tem sido a regra da Igreja durante toda a História. Não ser perseguido é uma exceção a essa regra... (Para maiores detalhes, acesse o tópico A IGREJA NA TRIBULAÇÃO).
Quando os profetas mencionam "O dia do Senhor", freqüentemente soam como Amós, que escreveu: "Ai daqueles que desejam o dia do SENHOR! Para que quereis vós este dia do SENHOR? Será de trevas e não de luz. É como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se entrando numa casa, a sua mão encostasse à parede, e fosse mordido por uma cobra. Não será, pois, o dia do SENHOR trevas e não luz, e escuridão, sem que haja resplendor?" (Amós 5:18-20) Embora o "Dia do Senhor" como um termo teológico, inclua tudo o que acontece em todo o período durante o qual Deus cumpre suas promessas e traz a história ao fim, a ênfase encontrada na maioria das passagens do Antigo Testamento está no período tenebroso de tribulação e julgamento que iniciará aquele dia. Ele é retratado como um tempo terrível para a humanidade; dias repletos dos juízos de Deus em que a Terra será devastada e vazia, e seus habitantes morrerão aos milhões. Haverá trevas, aflições e ais, à medida que a ira de Deus for totalmente liberada contra a humanidade rebelde (compare Deuteronômio 4:30-31; Isaias 2:19, 24:1,3,6,19-21; Jeremias 30:7; Daniel 12:1; Joel 1:15, 2:1-2; Amós 5:18-20; Sofonias 1:14-15,18). Conforme descobrimos nessas passagens do Antigo Testamento, as nações pagãs e o povo eleito de Deus, Israel, experimentarão o julgamento divino, pois a abrangência da Tribulação será mundial. Como Jeremias disse em 25:32-33: "Assim diz o SENHOR dos exércitos: Eis que o mal passa de nação para nação, e grande tormenta se levantará dos confins da terra. E serão os mortos do SENHOR, naquele dia, desde uma extremidade da terra à outra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão por esterco sobre a face da terra. Uivai, pastores, e clamai, e revolvei-vos nas cinza, principais do rebanho, porque já se cumpriram os vossos dias para serdes mortos, e dispersos, e vós então caireis como um vaso precioso. E não haverá refúgio para os pastores, nem salvamento para os principais do rebanho". PO: Uma análise detalhada do que realmente significa "Dia do Senhor", nos levará à conclusão de que se trata de UM DIA e não de um período de sete anos de tribulação, como o modelo pré-tribulacionista sustenta. Os textos que mostram o Dia do Senhor como um evento tenebroso e doloroso, como o de Amós, citado por Bay, só mostram um lado desse dia - o julgamento que Jesus fará sobre os ímpios na Sua vinda e a destruição do anticristo e seus seguidores, no clímax da ira do Eterno Pai: "E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará com o sopro de sua boca e aniquilará com o esplendor da sua vinda" (II Tessalonicenses 2:8) "E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. E da sua boca saía uma a espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso" (Apocalipse 19:14-15) Para os ímpios, sem dúvidas, o Dia do Senhor será lamentável. Porém, para nós será um dia glorioso, pois o Dia do Senhor não é outro dia senão aquele dia em que Ele voltará com poder e grande glória para encontrar-se com sua Igreja! Sustentar que o Dia do Senhor será um período e não um dia, não encontra base lógica nas Escrituras, como veremos a seguir: 1. Durante a tribulação, os homens não se arrependerão nem se converterão dos maus caminhos, dando ouvidos aos enganos da besta. Porém, após os sinais cósmicos que antecedem o Dia do Senhor, eles lamentarão e perceberão sua iminente destruição. Isso mostra uma diferença crucial entre tribulação e Dia do Senhor (Compare a diferença entre Apocalipse 9:20-21 / Apocalipse 16:9 com Mateus 24: 30 / Apocalipse 6:12-17) 2. Jesus deixa claro que o Dia do Senhor ocorrerá logo após a grande tribulação (Mateus 24:29) e não será "a" tribulação. Ele utiliza os mesmos sinais profetizados por Joel, para indicar a chegada do Dia do Senhor (Joel 2:31). Os sinais que antecedem o Dia do Senhor são cósmicos (escuridão do sol e da lua). A não ser que o autor afirme que haverá "duas grandes tribulações", deverá seguir os indícios que surgem da comparação entre Mateus 24:29 e Joel 2:31. 3. Isaias nos revela que só o Senhor será adorado no Dia do Senhor (Isaias 2:17). Então, afirmar que o Dia do Senhor abrange todo o período tribulacional torna-se uma posição incongruente, pois nesse período o mundo, excetuando os servos do Senhor que não aceitarão a marca da besta, adorará em peso o anticristo e não o Senhor! 4. Para maiores detalhes sobre o Dia do Senhor acesse o tópico O DIA DO SENHOR. Nossa expectativa a respeito do Dia do Senhor deve ser a mesma da Igreja primitiva, que anelava ardentemente esse dia (o dia da manifestação gloriosa e visível do Ungido): "E a vós, que sois atribulados, descanso, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e da glória do seu poder" (II Tessalonicenses 1:7-9) Note que o principal castigo sobre os ímpios será a perdição eterna e não o período tribulacional em si. Para perceber a dualidade de conseqüências do Dia do Senhor (castigo e destruição para os ímpios - justiça e paz para os justos), leia Malaquias 4:1-3. EE: No entanto, apesar de todos os horrores desse tempo terrível, o objetivo é claro que ele levará ao livramento. Eis algumas citações dos profetas: "Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela" (Jeremias 30:7). "Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós. E vos tirarei dentre os povos, e vos congregarei das terras nas quais andais espalhados, com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada. E vos levarei ao deserto dos povos; e ali face a face entrarei em juízo convosco; como entrei em juízo com vossos pais no deserto da terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz o Senhor DEUS. Também vos farei passar debaixo da vara, e vos farei entrar no vínculo da aliança. E separarei dentre vós os rebeldes, e os que transgrediram contra mim; da terra de suas peregrinações os tirarei. Mas à terra de Israel não voltarão, e sabereis que eu sou o SENHOR" (Ezequiel 20:37-38). "E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terça parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ele dirá: O SENHOR é o meu Deus".(Zacarias 13:8-9) (observe que dois terços de Israel serão mortos e somente um terço sobreviverá aos rigores do julgamento de Deus!) O período da tribulação objetiva fazer a purificação (veja também Apocalipse 7:9 e 14:4) e preparar a conversão nacional de Israel (compare com Ezequiel 20:37-38; Zacarias 13:1,8-9), citado anteriormente). E, de tudo isso, devemos compreender que a tribulação do mundo inteiro está bem próxima. Entretanto, esse mais terrível fato de todos os tempos será usado por Deus para o bem final, e levará a história em direção ao fim que Ele planejou. Estes são alguns textos adicionais para estudo: Dia do Senhor: Isaias 2:12;13:6; Ezequiel 13:5; 30:3; Joel 1:15, 2:1,11,31; Amós 5:18-20, Obadias 1:15, Sofonias 1:7,14; Zacarias 14:1; Malaquias 4:5 Tribulação: Deuteronômio 4:30-31; Isaias 2:19; 24:1,3,6,19-21, 26:20-21; Jeremias 30:7; Daniel 9:27, 12:1, Joel 2:1-2; Amós 5:18-20; Sofonias 1:14-15,18. PO: A passagem de Jeremias 30:7, fala de "tempo de angústia" e não "o tempo de angústia" para o povo judeu. Durante toda a história de Israel tem havido vários "tempos de angústia" sobre o povo judeu e, logicamente, o maior deles será durante a grande tribulação. Porém, os juízos divinos sobre a nação israelense nunca justificaram uma remoção da Igreja da Terra. A título de exemplo, no ano 70 DC, Jerusalém foi completamente destruída (o que não ocorrerá durante a tribulação). No entanto, a Igreja não foi raptada naquele período. Pelo contrário, enquanto os exércitos romanos marchavam contra Jerusalém, os cristãos eram perseguidos institucionalmente em todo o império, numa perseguição que começou em 64 DC e que ceifou a vida de homens como Paulo e Pedro. Esse é um retrato vivo do que ocorrerá no período tribulacional. Enquanto Israel será ameaçado pelos exércitos do império do anticristo, os cristãos, ao não aceitarem a marca nem se prostrarem perante a besta ou a sua imagem, serão perseguidos institucionalmente em todo o mundo e serão odiados de todas as nações (Mateus 24:9). Também é preciso notar que, além da conversão do remanescente judeu durante a tribulação, o objetivo principal da tribulação é propiciar o clímax do poder político mundial maligno e sua posterior derrota, por ocasião da vinda de Jesus, visando a implantação do Reino do Criador na Terra (I Coríntios 15:24-26), e a manifestação sobre a Terra da vitória espiritual do Senhor sobre a morte (Apocalipse 20:14). Porém, no contexto da conversão do remanescente judeu, há uma particularidade que os pré-tribulacionistas parecem esquecer. Ela foi revelada através de Paulo que, falando a respeito da restauração da comunhão entre o Senhor e Israel escreveu: "Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?" (Romanos 11:15) No texto acima, Paulo associa diretamente a ressurreição dos mortos (arrebatamento) à admissão (conversão) do remanescente de Israel. A menos que Bay e o resto dos pré-tribulacionistas afirmem que essa conversão judaica nacional ocorrerá antes do período tribulacional (algo até agora descartado por todos), fica claro que não há como negar que o arrebatamento ocorrerá após a tribulação.
PO: Neste ponto, notamos algo interessante: Bay cita diversos textos do Antigo Testamento, os quais se referem ao povo de Israel, e deduz que, pelo simples fato da Igreja não ser mencionada neles, então ela deve ser excluída do período tribulacional. O próprio autor do artigo afirma que a Igreja era um mistério quando as profecias do Antigo Testamento foram reveladas, e agora quer sustentar que, pelo fato do corpo de Cristo não ser citado nessas profecias vetero-testamentárias a respeito de Israel na tribulação, a Igreja deverá ser retirada da Terra antes dessa tribulação... Esse é um raciocínio incongruente. Basta dar uma olhada na revelação neo-testamentária, principalmente no livro de Apocalipse, para perceber a nítida presença da Igreja no período tribulacional. O fato de o Senhor tratar com Israel no período tribulacional, não exclui a permanência da Igreja na Terra durante esse período. Por que a interação de YHWH com a nação israelense, e a permanência da Igreja na face da Terra são duas coisas incompatíveis? Há bases bíblicas ou históricas para sustentar isso? Certamente que não! Quando o autor da Espada do Espírito afirma que "é um ponto irrealista e espiritualmente improdutivo pensar que o Senhor sujeitaria sua amada noiva aos terríveis eventos da Tribulação", então deve explicar em que aspecto foi "irrealista e espiritualmente improdutivo" o martírio de milhares de servos do Senhor da Igreja primitiva e também em toda a história. Como já comentamos, o maior dano que um cristão poderá sofrer na tribulação é a morte física, por não adorar a besta nem aceitar sua marca, ou até mesmo como conseqüência de uma catástrofe natural. Se para nós o viver é Cristo e o morrer é lucro, não justifica o comentário de Bay, no sentido de isentar a amada noiva de Cristo do período tribulacional. Também, o autor parece esquecer das promessas de proteção à Igreja durante o período tribulacional (Apocalipse 3:10, Apocalipse 12:10-17, Mateus 24:22). O mesmo Pai que protegeu de forma sobrenatural o povo de Israel no Egito, durante as terríveis e mortais pragas, pode proteger a Sua amada Igreja! EE: E, aproveitando que estamos no assunto da noiva de Cristo, vamos dar uma rápida olhada nos antigos costumes judaicos de noivado e casamento. Uma vez que os pais concordassem com o casamento de seus filhos e o noivado formal fosse declarado (o noivado daquele tempo tinha o mesmo vínculo de indissolubilidade que o casamento), o noivo então iria providenciar uma casa para viver com a noiva. Isso levava freqüentemente até dois anos para ser concluído. Enquanto esperava, a noiva permanecia na casa do pai, mas vivia uma "expectativa do retorno a qualquer momento". Suas malas ficavam prontas, por assim dizer, pois ela ansiava com expectativa pelo dia em que seu pretendido voltaria para ela. Então, quando o noivo ficava finalmente preparado para receber sua noiva, um alegre grupo de celebrantes, juntamente com os "amigos do noivo" – os paraninfos, ou padrinhos, na terminologia atual – vinham à casa da noiva à meia-noite, e um amigo do noivo gritava "Aí vem o noivo!". A noiva, logicamente devia acordar e abrir a porta para os celebrantes. Nesse ponto, ela acompanhava o grupo festivo até a casa do pai do noivo, onde a cerimônia de casamento ocorria e depois disso, o casal se mudava parta sua nova casa, para uma lua-de-mel que normalmente durava sete dias. Os paralelos entre o costume hebraico do casamento e o arrebatamento da igreja são inegáveis! A noiva (igreja) deve esperar a vinda do noivo (Jesus Cristo) na casa de seu pai (este mundo, controlado por Satanás). Quando o noivo volta após um período de separação de dois anos (aproximadamente 2.000 anos até aqui), a noiva é levada para a casa do pai do noivo (a casa do Pai celestial) onde ocorre a cerimônia do casamento. A lua-de-mel na nova casa (as "moradas" de João 14:2) dura sete dias (correspondente aos sete anos do Período da Tribulação aqui na Terra). PO: Gostaríamos de conhecer as bases históricas e documentais que o articulista possui para emitir as afirmações feitas acima. Não há nenhuma informação histórica sobre a chegada do noivo "a qualquer momento" no contexto da cerimônia de casamento judaica. Uma coisa é expectativa de um evento que ocorrerá num momento determinado e conhecido, precedido de certos sinais. Outra coisa é iminência, que acontece com a realização imprevisível de um evento. Antes de citar fontes documentais, gostaríamos de fazer uma simples análise lógica: sabemos, como o próprio Bay assinala, que o período entre o noivado e o casamento poderia ser longo, por volta de dois anos em média. Então, será que as virgens (acompanhantes da noiva) ficavam todo esse tempo na casa da noiva, arrumadas e numa expectativa iminente? Será que elas passavam cerca de 24 meses com as lâmpadas na mão aguardando o grito proveniente da comitiva do noivo? Será que a noiva ficava ataviada durante esses 24 meses para "não ser pega de surpresa" pela chegada iminente do noivo e sua comitiva? Nós como Igreja, devemos estar preparados para a gloriosa volta de Jesus, não para "não sermos pegos de surpresa" e sim porque anelamos ardentemente essa volta e porque sabemos quando ocorrerá: após o cumprimento de todos os sinais profetizados (Mateus 24:33). A seguir daremos alguns dados documentais que descartam toda idéia de iminência na chegada do noivo, no contexto dos costumes judaicos: 1. Após o anúncio formal das bodas, a noiva se preparava durante 12 meses, cheia de expectativa. Conseqüentemente, ela sabia em que época, até mesmo em que semana o noivo chegaria com a sua comitiva. A chegada do noivo à casa da noiva só se tornava iminente após o grito dado por um dos integrantes da comitiva do noivo, minutos antes (Universal Jewish Encyclopedia, páginas VII-372 e 373 – Leia também Mateus 25:6). 2. A chegada do noivo era precedida por mensageiros. O noivo e sua comitiva costumavam chegar meia hora antes da meia-noite (Joachim Jeremias-Paraboles of Jesus, página 173). 3. As damas acompanhantes da noiva deveriam acender suas lâmpadas ao soar o grito, anunciando a proximidade do noivo e comitiva. Essas damas, por serem amigas da noiva, também conheciam o tempo em que o noivo chegaria. Na parábola das dez virgens (damas), vemos que as mesmas cochilam e dormem porque o noivo não chegou na hora que elas esperavam, que, segundo a tradição, era aproximadamente às 23:30 hrs. (Mateus 25:5). No caso da parábola, o noivo chegou às 00:00 hrs. Essa é mais uma razão para descartar toda idéia de iminência na chegada do noivo (Joachim Jeremias-Paraboles of Jesus, página 172). 4. De acordo com dados históricos dos tempos de Jesus, o casamento judaico era celebrado numa quarta-feira (4º dia da semana), deixando os primeiros tres dias da semana para a preparação das festividades e os últimos preparativos da noiva. Mais uma vez, toda idéia de aparição repentina e não avisada do noivo fica fora de cogitação (Alfred Edersheim-Sketches of Jewish Social Life, capítulo IX). 5. Um dos elementos da festa judaica de casamento era "a taça da aceitação". Era um processo formal no qual a moça aceitava a proposta de casamento bebendo um pouco de vinho numa taça, selando assim a cerimônia. O Mestre, após celebrar sua última páscoa antes da crucificação com os apóstolos, declarou que não voltaria a beber do fruto da vide até aquele dia no reino do Pai. Isso nos remete ao reino milenal, pois estamos falando de ingestão de elementos materiais produzidos na Terra (vides e vinho). Ao contrário do afirmado pelo autor, o noivo e sua comitiva, no dia em que ia encontrar-se com a noiva para as bodas, chegava às 23:30 aproximadamente e não à meia-noite. Na parábola das dez virgens, o noivo não chegou na hora esperada e conhecida, mas chegou depois, o que gerou o cochilo e o sono de todas as acompanhantes. Também, de acordo com a parábola citada, o estado normal da noiva e das acompanhantes naquele dia específico era o de expectativa e preparo. Elas cochilaram e dormiram por causa de um atraso de alguns minutos... Isso está muito longe do que é insinuado pelo artigo de Bay. Segundo ele, quando o noivo chegava, a noiva "acordava" abruptamente, como se aquele fosse um dia como qualquer outro... A parábola das dez virgens trata de uma exceção no costume judaico da época de Jesus, pois o Mestre deixa claro que o noivo "atrasou", ou seja, não chegou no horário que era esperado. Porém, o erro mais grave do modelo pré-tribulacionista, no que se refere ao paralelo entre a vinda de Jesus e os costumes judaicos das bodas, está em sustentar que a lua de mel entre o noivo (Jesus) e a noiva (Igreja) transcorrerá nos sete anos do período tribulacional. O problema do modelo pré-tribulacionista, neste contexto, é que o anúncio das bodas do Cordeiro se dá no final do período tribulacional, pouco antes da vinda gloriosa de Jesus para derrotar o anticristo (Apocalipse 19:7). Se o simples anúncio da celebração das bodas ocorre no final da tribulação, então há uma grande incongruência em afirmar um encontro e uma lua-de-mel entre o noivo e a noiva durante o período tribulacional e antes das bodas! Este é um dos muitos absurdos do modelo pré-tribulacionista... EE: Então, encontramos outro forte argumento para um arrebatamento anterior à Tribulação em I Tessalonicenses 5:9, em que lemos: "Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo". Esse verso, considerado no contexto, está obviamente conectado com o ensino de Paulo a respeito do arrebatamento – pois esse é o assunto do capítulo 4 e verso 13 até o capítulo 5 verso 11. E, uma das principais razões que motivou Paulo a escrever essa primeira carta era que a igreja de Tessalônica estava entristecida pelo destino de seus amados. PO: É difícil acreditar que Paulo estava revelando aos tessalonicenses um livramento da tribulação através de um arrebatamento pré-tribulacional. Em primeiro lugar, a Igreja primitiva, mesmo após Paulo ter escrito todas as suas epístolas, não tinha qualquer ideia a respeito de um arrebatamento pré-tribulacional, e isso fica patente nos escritos de Irineu e Justino Mártir (para maiores detalhes, acesse o tópico ESCATOLOGIA PRIMITIVA). Em segundo lugar, eles relacionavam o Dia do Senhor ao dia do arrebatamento (II Tesalonicenses 1:7-8, 2:1-2). Em terceiro lugar, os tessalonicenses, como toda a Igreja primitiva, tinham acesso às informações orais ministradas pelos apóstolos, informações que hoje estão além do nosso conhecimento. Por exemplo, os tessalonicenses sabiam perfeitamente o que detém a manifestação do anticristo (II Tessalonicenses 2:5-6). Se aquilo que detém a manifestação do anticristo é a presença da Igreja ou do Espírito Santo na Terra, Paulo não teria escrito em sua carta aos tessalonicenses ou nas outras epístolas, já que se trataria de uma revelação de suma importância para a Igreja? Por último, na passagem em questão (I Tessalonicenses 5:9), Paulo faz uma antítese entre SALVAÇÃO e IRA. Se formos seguir o raciocínio do autor, teríamos que afirmar que o próprio apóstolo Paulo estava fora dessa salvação, pois morreu decapitado em plena perseguição e tempos de tribulação sobre a Igreja. Paulo não se refere aqui a salvação física e sim à salvação eterna, a qual nos livra da ira eterna do Altíssimo (Apocalipse 20:11-15). EE: Aquelas pessoas também tinham crido e aparentemente tinham morrido sem terem sido tomadas nos céus por Cristo (como Paulo tinha ensinado anteriormente, isso aconteceria algum dia). No entanto, como Paulo só esteve com eles por aproximadamente um mês, o conhecimento que eles tinham do assunto era incompleto. Portanto, para corrigi-los desse mal entendido, Paulo diz que seus familiares "mortos em Cristo" na verdade (somente por um momento) precederiam aqueles que estarão vivos no instante do arrebatamento. Observe que Paulo usa a palavra "consolai-vos" duas vezes em seu discurso, em um esforço de aliviar seus temores; depois ele conclui com o verso citado anteriormente (5:9), dizendo que Deus não os tinha destinado para a ira – a ira divina que está reservada para a nação de Israel (em particular, e para o restante do mundo em geral) e, portanto, devemos compreender que esse ensino a respeito do arrebatamento objetiva ser uma fonte de consolação para todos os crentes da Época da Igreja. PO: A consolação a que se refere o autor é em função do destino eterno da pessoa e não à tribulação em si. Isso fica claro em I Tessalonicenses 4:13: "Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança" A falta de esperança daqueles que não são de Cristo não é em função de atravessarem o período tribulacional e sim de não terem certeza de seu destino eterno. Quem ler o contexto da primeira epístola aos tessalonicenses compreenderá que o consolo exposto por Paulo refere-se à nossa condição eterna e não à isenção de passar pelo período tribulacional. Os tessalonicenses sabiam muito bem o que era ser perseguido por causa do evangelho (I Tessalonicenses 2:14-15), portanto a consolação que receberam de Paulo não era em função da isenção de sofrimentos tribulacionais ou até mesmo de martírio, mas uma palavra de consolação a respeito do destino eterno da alma e nossa reunião com Cristo para sempre.
Isso levou Paulo a escrever sua segunda epístola, em que lhes deu (e a nós também) dois sinais inegáveis, sem os quais o Período da Tribulação não poderá iniciar! No verso três do capítulo dois, Paulo nos diz que não devemos nos deixar enganar por ninguém, pois "aquele dia" não virá sem que ocorra antes a apostasia – uma apostasia, ou afastamento, dependendo da interpretação que se tenha da palavra grega apostasia – juntamente como aparecimento do "homem do pecado", o Anticristo. Assim, precisamos compreender que esses dois eventos terão de ocorrer antes do início do Período da Tribulação. Neste ponto, gostaria de lhe fazer uma pergunta: Qual outra razão poderia ter motivado Paulo a apresentar esse ensino aos tessalonicenses, se não tivesse em vista o arrebatamento anterior à Tribulação? Pense nisso. PO: Aqui, além de continuar afirmando que o Dia do Senhor é um período e não um dia, como mostra claramente a Palavra (para maiores detalhes, acesse o tópico DIA DO SENHOR), o autor afirma categoricamente que a apostasia e a revelação do anticristo ocorrerão antes do período tribulacional. No texto acima, há algumas incorreções sutis que podem levar a erros. Em primeiro lugar, pessoas estavam querendo enganar os tessalonicenses, insinuando que o Dia do Senhor estava perto e não que esse dia já havia chegado ou estava presente, como afirma o autor (II Tessalonicenses 2:1-3). Também, o autor fala em "aparecimento" do homem do pecado, quando a palavra enviada por Paulo fala claramente da "manifestação" do homem do pecado. Obviamente, o anticristo, como pessoa, não surgira "do nada" e em algum momento ficará conhecido do público, muito provavelmente antes da tribulação. Porém, o autor parece esquecer aqui que a manifestação do anticristo é associada por Paulo, na seqüência da passagem, a um fato que ocorrerá em pleno período tribulacional: o anticristo assentando-se no "lugar de Deus" e sendo "adorado como Deus" (II Tessalonicenses 2:4). Note o maravilhoso sincronismo entre a revelação recebida por Paulo e as palavras de Jesus registradas em Mateus 24:12-15. Os sinais deixados por Cristo são os mesmos que Paulo menciona em II Tessalonicenses 2:1-6: Esfriamento espiritual – Apostasia (Mateus 24:12, II Tessalonicenses 2:3) Abominação da desolação (no templo) – Revelação do homem do pecado (assentando-se no lugar de Deus) (Mateus 24:15, II Tessalonicenses 2:3-4) Nesse contexto, o livro de Apocalipse nos revela com absoluta precisão que o anticristo receberá autoridade e será adorado pela população durante 42 meses, ou seja, 3 anos e meio, a metade da última semana de Daniel (Apocalipse 13:5, Daniel 9:27). Fica claro que o anticristo se manifestará como tal na metade do período tribulacional, refutando a afirmação de Bay a respeito. Essa é mais uma prova cabal de que a Igreja atravessará o período tribulacional. A respeito da pergunta deixada por Bay, inquirindo a razão pela qual Paulo revela esse ensinamento aos tessalonicenses, a resposta é simples: alertar os irmãos em Tessalônica contra qualquer tipo de ensinamento que sustentasse a iminência da volta de Cristo. A noção que muitos estavam ensinando, de que Cristo voltaria a qualquer momento e sua volta era iminente, era falsa e o apóstolo prontamente se levantou contra tal ensino. Paulo, procurando combater esse erro, dá dois sinais principais que antecedem a volta do Senhor e o nosso encontro com Ele. A volta de Cristo só será iminente após a concretização dos últimos sinais, aqueles que, de acordo com o Senhor, antecedem o Dia do Senhor: o sol e a lua escurecendo. Esses sinais, nas palavras do próprio Mestre, ocorrerão logo após a grande tribulação (Mateus 24:29). Esse assunto nos traz outra importante revelação: a Igreja primitiva não tinha nenhuma noção a respeito de um arrebatamento que "evitasse" que eles entrassem num processo tribulacional. Eles, como o próprio Bay reconhece, viviam numa constante perseguição. Se algumas pessoas tentavam enganá-los, prometendo que o Dia do Senhor estava perto, logicamente esse Dia do Senhor não seria para evitar que eles entrassem numa tribulação e sim para tirá-los da tribulação! Também, fica exposta mais uma incongruência do modelo pré-tribulacionista: se aquilo que detém a revelação do anticristo é a presença da Igreja ou do Espírito Santo na Terra, mesmo partindo da premissa pré-tribulacionista errônea de que o anticristo será revelado antes da tribulação, então chegamos a mais uma incongruência. Paulo revela que a vinda de Jesus e nossa reunião com Ele acontecerá depois da manifestação do anticristo. Então, usando o próprio modelo pré-tribulacionista, não é a Igreja nem o Espírito Santo quem detém a revelação do anticristo! EE: Outro ponto interessante refere-se à "apostasia" de 2 Tessalonicenses 2:3. A maioria vê isso como um afastamento em massa da fé anterior ao Período da Tribulação e essa certamente parece ser uma possibilidade quando o Anticristo ascender ao poder e as pessoas de todo o mundo começarem a adorá-lo. No entanto, ao longo dos anos, vários mestres proeminentes insistem que a palavra grega apostasia também pode ser traduzida como "afastamento" – como no afastamento da igreja deste mundo – e crêem que isso se refira a um arrebatamento anterior à Tribulação. Entretanto, alguns estudiosos do grego – muitos dos quais adotam a posição anterior à Tribulação – não concordam com a interpretação de "afastamento", de modo que esse ponto em particular está longe de ser resolvido. Comentário Bíblico Amplificado usa as palavras "afastamento da igreja" na nota de rodapé para esse verso – 2 Tessalonicenses 2:3 – pois isso dá um significado total da palavra, apostasia. Outra porção das Escrituras que se aplica à nossa discussão encontra-se em Apocalipse 3:10, onde o Senhor glorificado dirige palavras à igreja de Filadélfia: "Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”. Pense atentamente na palavra hora. É um termo limitado à Terra. Uma vez que você saia da Terra e do sistema solar, essa palavra não tem a mesma relevância! As sete igrejas mencionadas em Apocalipse, capítulos 2 e 3, eram igrejas literais espalhadas pela Ásia Menor no tempo em que João escreveu o Apocalipse. Muitos eruditos bíblicos acreditam que elas representam sete períodos distintos da história da igreja, finalizando com os laodiceienses – um tempo de espiritualidade morna imediatamente anterior ao período da Tribulação. Outra interpretação é que são sete tipos de igrejas, contendo membros individuais que são representativos de todas as expressões de espiritualidade e fidelidade de Jesus Cristo. E é para o caráter filadelfense fiel dos cristãos genuínos (que estiverem vivos naquele tempo), que a promessa é feita: "eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo". Observe que a promessa é "guardar da hora" e não "guardar na hora" da tribulação, como alguns pós-milenistas (sic) insistem que é o caso. PO: O termo "apostasia" de que fala Paulo em II Tessalonicenses 2:1-3, não pode ser interpretada como um arrebatamento ou rapto por uma razão lógica: Paulo coloca esse fenômeno como uma condição anterior à volta de Jesus e nossa reunião com Ele. É óbvio que "nossa reunião com Ele" se refere ao encontro da igreja com Cristo nos ares (I Tessalonicenses 4:16-17, Mateus 24:31), ou seja, ao arrebatamento. Se esse encontro, de acordo com II Tessalonicenses 2:1-3, ocorrerá após a apostasia e a revelação do homem do pecado, então o termo apostasia não deve ser confundido aqui com o arrebatamento, a não ser que os defensores dessa possibilidade afirmem que a Igreja ficará num estágio "intermediário" enquanto o anticristo não se revela e a Igreja não se encontra com Cristo, o que não encontra absolutamente nenhum respaldo bíblico. Um outro fator a ser considerado é que o termo apostasia sempre é utilizado na Palavra para descrever um desvio ou afastamento dos caminhos de Deus e não um afastamento físico de uma pessoa ou grupo de pessoas. Por outro lado, uma análise mais apurada dos termos gregos utilizados na passagem de Apocalipse 3:10, mostra que a promessa à Igreja em Filadélfia está relacionada à proteção em meio à tribulação e não à remoção daquela igreja da Terra. A palavra grega tereo significa guardar ou proteger. Para a preposição "de" ou "da" é utilizado o termo "ek", que se refere à condição de um objeto ou pessoa dentro de determinado contexto (Greek-English Lexicon, Chicago, University of Chicago Press, 1979 – W. F. Arndt e F. W. Gingrich). Para que a interpretação pré-tribulacionista fizesse sentido, o texto de Apocalipse 3:10 deveria trazer o termo grego "apo", que é uma preposição utilizada para retratar a remoção de um objeto ou pessoa de um determinado contexto. Ao utilizar a preposição ek fica clara a conotação de proteção em meio à tribulação e não uma remoção ou retirada da Igreja da Terra.
Outro ponto interessante é que a igreja é mencionada freqüentemente até Apocalipse 3, mas então no verso 1 do capítulo 4, João recebe uma súbita ordem "sobe aqui" (simbólica do arrebatamento?) e a igreja na é mencionada novamente até mais tarde, onde a encontramos como a "esposa do Cordeiro", no capítulo 21. PO: O fato de o autor recorrer aos exemplos de Noé e Ló é bem revelador... Nosso Salvador utilizou esses exemplos e os relacionou ao dia de sua vinda em glória. Como o próprio Bay afirmou, Noé e Ló foram salvos da destruição, porém não foram retirados do planeta. No caso de Noé, a proteção providenciada pelo Senhor durou todo o período do dilúvio, através da arca. No caso de Ló, vemos que ele foi retirado no dia da destruição de Sodoma e Gomorra (Lucas 17:20-37). Neste relato, o Mestre deixa claro que sua vinda será num dia e não "num período", e que neste dia seus servos serão arrebatados. Na parte final da passagem, Jesus revela que isso ocorrerá ao mesmo tempo de um evento que volta a ser mencionado no Apocalipse: a derrota dos exércitos do anticristo no Armagedom. Compare os textos: "Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado. Duas estarão juntas moendo; uma será tomada, e outra será deixada...E, respondendo, : Onde Senhor? E ele lhes disse: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão as águias" (Lucas 17:34-37) "E vi um anjo que estava no sol; e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, ajuntai-vos para a ceia do grande Deus, para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e carne dos fortes, e carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam; a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes. E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército" (Apocalipse 19:17-19) A respeito da "ausência" do termo "Igreja" nos capítulos 4 a 19 de Apocalipse, o argumento usado não é sólido. Se fôssemos seguir essa linha de raciocínio, então aqueles que guardam os mandamentos do Pai e mantêm o testemunho de Jesus (Apocalipse 12:17, Apocalipse 14:12), os santos (Apocalipse 13:8), os que vigiam e guardam suas vestes (Apocalipse 16:15), não fazem parte do corpo de Cristo! O autor utiliza a ausência do termo "Igreja" entre os capítulos 4 e 19 de Apocalipse para insinuar que essa ausência do termo é mais uma prova do arrebatamento pré-tribulacional da Igreja. Só que parece esquecer que durante a narrativa apocalíptica, principalmente entre os capítulos 4 a 19, são narradas várias cenas do céu e em nenhuma delas tampouco aparece o termo "Igreja"... Se seguirmos a raciocínio pré-tribulacionista, que insinua que a ausência do termo "Igreja" significa a ausência da própria Igreja do contexto, então a Igreja, entre os acontecimentos revelados nos capítulos 4 a 19 de Apocalipse, simplesmente "sumiu do mapa", "evaporou" ou estaria "numa dimensão desconhecida". A ausência do termo "Igreja" não quer dizer que ela esteja ausente, tanto nos céus, através dos santos que morrem, como na Terra, através daqueles que permanecerem vivos durante a tribulação. EE: Em seguida, no verso 4 do capítulo 4, encontramos os vinte quatro anciãos (presbuteros no texto grego) assentados em volta do trono celestial e vestidos de branco e com coroas de ouro. Estar vestido de branco significa que a pessoa é uma vencedora (Apocalipse 3:4-5) e as coroas são consistentemente retratadas no Novo Testamento como representativas de recompensa. Assim, o fato de os anciões estarem assim vestidos indica que o julgamento ante o Tribunal de Cristo (II Coríntios 5:10) já ocorreu e os galardões já foram distribuídos! Se você duvida dessa interpretação, apenas veja o verso 3 do capítulo 5, em que encontramos estas palavras: "E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele". O verso 4 continua "...ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele". Meu amigo, Jesus Cristo é homem e Deus ao mesmo tempo – a segunda pessoa da Trindade – mas esses comentários obviamente não se referem a ele! Como estão essas pessoas no céu, se não pelo arrebatamento? É nossa compreensão das Escrituras que o próprio Jesus Cristo foi o primeiro homem a ressuscitar e entrar nos céus como "as primícias dos que dormem". PO: Em primeiro lugar, o fato de ter sido morto, estar no céu e vestido de branco, não significa em absoluto ter sido arrebatado com a Igreja. Se assim fosse, então os mártires que clamam por justiça em Apocalipse 6:9-11, e que estão no céu, deveriam ter sido arrebatados... Note que eles recebem vestes brancas e são aconselhados a esperarem por mais um pouco de tempo até que se complete o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos, "como também eles foram" (Apocalipse 6:11). Em plena grande tribulação, vemos cristãos morrendo martirizados e chegando aos céus, onde também recebem vestes brancas (Apocalipse 7:9-17). Por outro lado, vemos bem-aventuranças para aqueles cristãos que morrem durante a grande tribulação (Apocalipse 14:8-13). Então, estar no céu e possuir vestes brancas, não requer necessariamente um arrebatamento pré-tribulacional da Igreja. Já na questão específica dos 24 anciãos, vemos mais uma dedução infundada do pré-tribulacionismo, associando esses 24 anciãos a uma presença da totalidade da Igreja no céu como conseqüência de um arrebatamento pré-tribulacional. Devemos partir da premissa de que ainda não conhecemos a totalidade dos seres celestiais e suas características. Paulo, em II Coríntios 12:1-4, narra a experiência de um homem (provavelmente ele mesmo) que foi arrebatado ao terceiro céu, e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir. Por essa razão, é temerário deduzir que a presença dos 24 anciãos no céu pressupõe necessariamente o arrebatamento prévio da Igreja. Porém, uma chave importantíssima para entender o verdadeiro caráter desses 24 anciãos e vislumbrar que eles não pertencem à Igreja, está em Apocalipse 5:8-10: "E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles uma harpa e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra" (Apocalipse 5:8-10) Uma simples análise gramatical da passagem anterior nos levará à conclusão de que os 24 anciãos se referem aos membros da Igreja na terceira pessoa, excluindo suas próprias pessoas do contexto da Igreja. Também, vemos os anciãos, juntamente com os 4 seres viventes, com as orações dos santos. Diante das deduções pré-tribulacionistas e da clareza do texto anterior, surgem duas perguntas: Os 4 animais também fazem parte da Igreja arrebatada, já que são apresentados em atitudes e momentos similares aos anciãos? Haverá necessidade da oração dos santos nos céus ou falaremos com o Senhor face a face? Tudo isso nos leva a sustentar que, tal qual os 4 seres viventes, os 24 anciãos são seres celestiais e não uma representação da Igreja nos céus, arrebatada antes do período tribulacional.
"Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Por que assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda" (I Coríntios 15:20-23; ênfase adicionada) Considerada no contexto, a frase "os que são de Cristo" refere-se à igreja e, portanto, são os próximos na fila a serem ressuscitados – com nenhum outro grupo precedendo-os. Acople esses fatos com Apocalipse 7:13-14 e precisamos chegar a outra conclusão: "E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro". Que esses são os santos do período da Tribulação está fora de qualquer discussão! E, como acabamos de ver em I Coríntios 15:20-23, Cristo é "as primícias dos que dormem" e, depois disso, os que pertencem a Ele serão ressurretos. Assim, quando Apocalipse 7:13-14 informa-nos dos santos do período da Tribulação nos céus, isso requer que a igreja tenha sido arrebatada em algum ponto anterior! PO: Essa é mais uma confusão do modelo pré-tribulacionista. As Escrituras revelam que, para os santos haverá apenas uma ressurreição. Em Lucas 14:14, Jesus a chama de a "ressurreição dos justos". Em João 6:40, o Mestre revela que todos aqueles que o Pai lhe deu ressuscitarão para a vida eterna no último dia. Já o livro de Apocalipse revela que a primeira ressurreição ocorrerá após o período tribulacional, por ocasião da volta gloriosa de Cristo, participando dela, inclusive, aqueles que foram martirizados em pleno período tribulacional (Apocalipse 20:1-6). Se a Palavra deixa claro que é a primeira ressurreição, e se ela ocorre após o período tribulacional, obviamente isso descarta qualquer ressurreição em massa da Igreja anterior a esse período. A ressurreição que segue à primeira é aquela que está destinada para os ímpios (Apocalipse 20:11-15). Levando em consideração essas verdades, ficamos livres de toda a confusão que tem trazido o modelo pré-tribulacionista na compreensão das profecias dos últimos tempos. Implicitamente, o pré-tribulacionismo não somente ensina a realização de duas primeiras ressurreições (!), mas insiste em separar a Igreja em partes, como os "Santos do Antigo Testamento", "Cristãos da Era da Graça", e "Santos da Tribulação". O Senhor Jesus virá buscar "os que são de Cristo, na sua vinda". Ele virá buscar uma noiva completa e não uma noiva mutilada. Isso ocorrerá na sua única vinda (parousia), a qual ocorrerá logo após o período tribulacional. Também, não vemos como a chegada de mártires nos céus, provenientes da grande tribulação (Apocalipse 7:13-14), tenha que pressupor necessariamente o arrebatamento anterior da Igreja... O fato de existirem servos do Ungido no paraíso não significa que a Igreja tenha sido arrebatada. Há servos do Mestre no paraíso neste momento! O exemplo do ladrão na cruz é claríssimo: ele recebeu a promessa inefável de Jesus que estaria naquele mesmo dia com o Mestre no paraíso. Uma coisa é chegar aos céus como alma para estar como Senhor. Outra coisa é esperar pela glorificação do corpo através da ressurreição que, como já vimos, ocorrerá na parousia, ou seja, na vinda gloriosa de Jesus após a tribulação. EE: Em que ponto a Tribulação começará na Terra? Em Apocalipse 6:1, encontramos o Senhor Jesus Cristo abrindo o primeiro selo, que sinaliza o início, mas observe algo que acontece antes disso no capítulo 5: os versos 8 e 9 nos dizem que "os quatro animais" e os vinte e quatro anciãos (esses anciãos claramente representam todos os cristãos) cantam um novo cântico , dizendo: "Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morte, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação, e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra". A expressão "toda tribo, e língua, e povo, e nação" está obviamente se referindo a um grupo muito maior do que apenas os vinte e quatro anciãos. PO: O fato dos vinte e quatro anciãos "representarem" a Igreja já foi abordado anteriormente. Fica claro que, a o referir-se à Igreja na terceira pessoa e ao terem o seu ministério atrelado ao dos quatro seres viventes, os vinte e quatro anciãos são seres celestiais e não representantes da Igreja. Nesta parte, Bay quer nos levar a acreditar em algo que não está absolutamente afirmado na declaração dos quatro animais e dos vinte e quatro anciãos: que a Igreja no momento em que eles entoam o cântico já foi arrebatada. O fato de mencionar pessoas de todas as tribos, línguas, povos, e nações, que foram compradas através do sacrifício redentor de Jesus, nos revela uma verdade que tem se concretizado desde o dia daquele glorioso sacrifício e não quer dizer absolutamente que essas pessoas precisariam em sua totalidade ter sido arrebatadas aos céus para que a declaração o cântico dos seres viventes e dos anciãos pudessem ser feitos! Hoje mesmo, podemos entoar esse cântico, sem a necessidade de um arrebatamento prévio. Como já comentamos anteriormente, no momento em que os quatro animais e os vinte e quatro anciãos louvam ao Senhor, levam as orações dos santos (Apocalipse 5:8), o que de forma alguma sugere a presença desses santos no céu e sim na Terra.
EE: E então há a exortação do apóstolo Paulo a respeito do dia do Senhor: "Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios; porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação; porque Deus não nos destinou para ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele. Por isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis" (I Tessalonicenses 5:1-11) Por que Paulo os ensinou (e nos ensinou) a vigiar se o evento não é iminente – poderia ocorrer a qualquer momento e está em seguida no calendário profético de Deus? Observe a cuidadosa distinção que Paulo faz entre os pronomes "vós" e "eles". Esse contraste destina-se a mostrar que nós, ao contrário daqueles que estão perdidos, não seremos pegos desprevenidos quando o dia do Senhor vier como um ladrão de noite. Entenda isto – O dia do Senhor terá a duração de sete anos ao tempo da Segunda Vinda de Cristo, de modo que "venha" obviamente significa o início dele – exatamente após o "afastamento" e a revelação do homem do pecado. PO: O texto citado (I Tessalonicenses 5:1-11), fala da chegada do Dia do Senhor. Já comentamos anteriormente que a expressão "Dia do Senhor" refere-se a um dia e não ao período tribulacional de sete anos (para maiores detalhes, acesse o tópico DIA DO SENHOR). Daremos apenas tres das várias razões para mostrar que o Dia do Senhor será, tal qual o termo sugere, um dia, o qual ocorrerá por ocasião da volta gloriosa de Jesus, logo após a grande tribulação: 1. O Mestre diz em Mateus 24:29 que logo depois da grande tribulação, o sol e a lua escureceriam e então todos veriam sua volta gloriosa. Quando Jesus mencionou o sol e a lua escurecendo, estava referindo-se a um fenômeno já profetizado e conhecido por seus interlocutores, os discípulos: a passagem de Joel 2:31, na qual o profeta, usado pelo Senhor, revela claramente que o Dia do Senhor seria precedido por dois sinais, o sol e a lua escurecendo. Esses são os mesmos sinais profetizados por Jesus. De acordo com o próprio Mestre, esses sinais cósmicos que antecedem o dia do Senhor ocorrerão logo depois da grande tribulação. Entre a revelação de Jesus, de que o dia do Senhor será após a tribulação, e a sustentação pré-tribulacionista, de que o dia do Senhor será "a" tribulação, preferimos ficar com o Salvador... 2. Isaias 2:17-18, nos revela que só o Senhor será enaltecido na Terra no dia do Senhor. O que o modelo pré-tribulacionista precisa explicar é como só o Senhor será enaltecido entre os homens no período tribulacional, quando a própria Palavra nos mostra o contrário... No período tribulacional, o anticristo se assentará "no lugar de Deus" e será adorado "como Deus" por todos, exceto aqueles que permanecerão fiéis: "O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora, de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus" (II Tessalonicenses 2:4) "E adoram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo" (Apocalipse 13:8) 3. Fica bastante claro nas revelações vetero-testamentárias que o Dia do Senhor será o dia em que Jesus derrotará os exércitos do anticristo no Armagedom: "Já se ouve a gritaria da multidão sobre os montes, como a de muito povo! O som de reinos e de nações congregados! O Senhor dos exércitos passa em revista o exército de guerra...Clamai, pois, o dia do Senhor está perto; vem do Todo-Poderoso como assolação" (Isaias 13:4 e 6). Agora compare a profecia de Isaias 13: 4 e 6 com a revelação apocalíptica: "Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso...E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom" (Apocalipse 16:14 e 16). Diante disso, o alerta deixado por Paulo em I Tessalonicenses 5:1-11, é no sentido de estarmos atentos aos sinais que precedem o Dia do Senhor. Os cristãos em Tessalônica, sem dúvidas, já tinham ouvido sobre a revelação de Cristo no sermão profético e sabiam quando aconteceria o Dia do Senhor: após a tribulação. Isso deixa mais uma vez implícita a permanência da Igreja na Terra durante o período tribulacional.
O senso comum diz que Paulo sabia sobre o que estava falando em I Coríntios 15:51, quando disse: "Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados". O que a palavra "mistério" (grego musterion) significa quando é usada no Novo Testamento? Ela se refere a uma Escritura anteriormente não revelada! Em outras palavras, Paulo está nos dizendo algo aqui em aproximadamente 59-60 que nunca antes tinha sido revelado por Deus: o assunto do arrebatamento. Esse fato apenas exige que nenhuma das palavras de Cristo em Mateus 24 possa estar se referindo ao arrebatamento! Por que esse ponto é importante, você pode perguntar. Bem, vamos apenas olhar para o capítulo e destacar alguns detalhes. PO: Neste ponto, o autor quer nos transmitir a idéia de que o arrebatamento, como um evento, não tinha sido ainda revelado à Igreja até o momento em que Paulo revelou esse mistério aos coríntios. Isso, implicitamente, descartaria qualquer menção ao arrebatamento em Mateus 24, onde se lê claramente que os escolhidos serão ajuntados desde os quatro cantos dos céus, após a grande tribulação, no momento da vinda gloriosa do Senhor. Contra essa idéia pré-tribulacionista há verdades gramaticais e históricas que mostram a completa incongruência desse raciocínio: 1. Paulo fala sobre o arrebatamento da Igreja na primeira epístola aos tessalonicenses (I Tessalonicenses 4:16-17), antes do ano 52 d.C. A primeira epístola aos coríntios, como o próprio autor menciona, foi escrita em aproximadamente 59-60 d.C. Ou seja, o arrebatamento, usando a análise histórica, não é o mistério revelado por Paulo aos coríntios, pois o mesmo já havia sido mencionado pelo próprio apóstolo 8 anos antes, em sua primeira carta aos tessalonicenses! 2. Basta ler o texto em questão para perceber que o apóstolo Paulo explica qual é o mistério: "Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados". O mistério não estava na revelação do arrebatamento em si, que já tinha sido mencionado por Paulo anos antes e tinha sido, a despeito do que um pré-tribulacionista possa afirmar, profetizado pelo próprio Mestre, como veremos no ponto 3. O mistério revelado por Paulo em I Coríntios 15:50-52, consiste na glorificação corpórea e como ocorrerá essa glorificação. Paulo, em sua epístola aos coríntios, revela que o arrebatamento ocorrerá "ante a última trombeta". O próprio Mestre profetizou que sua vinda gloriosa, logo após a grande tribulação, seria acompanhada pelo toque de trombeta e a presença de anjos (Mateus 24:31), o que foi mencionado por Paulo em sua primeira carta aos tessalonicenses (I Tessalonicenses 4:16-17). A menos que o autor defenda a existência de duas últimas trombetas, terá que atrelar o arrebatamento à segunda vinda de Jesus em glória, logo depois da grande tribulação. 3. Ao contrário do que a maior parte dos pré-tribulacionistas afirmam, o Messias se referiu ao arrebatamento durante seu ministério. Em Lucas 17:34-37, no contexto da primeira abordagem mais ampla de Cristo a respeito dos últimos acontecimentos, Ele declara: "Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado. Duas juntas moendo; uma será tomada, e outra será deixada. Dois estarão no campo; um será tomado, o outro será deixado. E, respondendo, disseram-lhe: Onde Senhor? E ele lhes disse: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão as águias". Note o sincronismo da passagem acima com a revelação do sermão profético de Mateus 24:27-28 e a localização desses eventos paralelos ao Armagedom, com a presença de cadáveres e aves de rapina (Apocalipse 19:17-21), atrelando mais uma vez o arrebatamento à segunda vinda de Jesus em glória.
Nenhum dos profetas do Antigo Testamento "viu" a Época da Igreja porque Deus não revelou isso a eles – era um "mistério" divino! E, o ensino do Senhor aqui é perfeitamente coerente com esse princípio. Ele está instruindo os judeus sobre o que a "geração" (verso 34) experimentará durante o Período da Tribulação, pois a igreja ainda na estava visível e ainda seria revelada! Com essa idéia em mente, observe que os versos 3-14 descrevem as condições que o remanescente judaico eleito experimentará durante os dias tenebrosos do período da Tribulação - "o tempo de angústia de Jacó". PO: O maior problema das afirmações do autor neste ponto, surge quando ele afirma que o sermão profético proferido por Jesus poucos dias antes de sua crucificação, não se aplica à Igreja e, por essa razão, não foi considerado pela Igreja primitiva como base doutrinária escatológica. Vamos analisar detalhadamente o contexto de Mateus 24. Em primeiro lugar, Jesus começou a revelar os acontecimentos do fim, diante de uma indagação dos discípulos a respeito de sua vinda e do fim do mundo, assuntos relacionados também à Igreja. Os discípulos não indagaram o Mestre a respeito do "futuro de Israel" e sim sobre o futuro do mundo (Mateus 24:3). Em segundo lugar, o sermão profético foi proferido para um número seleto de discípulos, aqueles que seriam os precursores e as colunas da Igreja primitiva. Em Efésios 2:20, fica claro que a Igreja está fundamentada sobre o fundamento dos apóstolos, sendo o próprio Cristo a pedra principal de esquina. Por outro lado, os evangelhos narram a vida e os ensinamentos de Jesus. Esses ensinamentos foram proferidos pelo Mestre e serviram como base doutrinária para a Igreja primitiva. Se os ensinamentos do Mestre a respeito do amor ao próximo, expulsão de demônios, pregação das boas novas, e tantos outros eram seguidos à risca pelos cristãos da Igreja primitiva, por que os seus ensinamentos escatológicos também não o seriam? As revelações dos outros livros neo-testamentários negam a aplicabilidade de Mateus 24 à Igreja? O autor, mais uma vez, precisa explicar com que autoridade separa aquilo que o próprio Ungido não separou. Pouco antes de ascender, Ele proferiu aos mesmos discípulos que tinham ouvido o sermão profético detalhado em Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21 a seguinte ordenança: "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mateus 28:20) O fato da Igreja ainda não existir durante o ministério de Jesus, não invalida os ensinamentos do Mestre para ela, contidos nos evangelhos. Isso inclui o sermão profético de Mateus 24! Sobre a afirmação do autor de que "100% do que encontramos nos relatos dos evangelhos está sob a lei e não sob a graça" não vamos sequer responder, mas deixar que nossos leitores reflitam sobre essa afirmação... O autor menciona que Mateus 24:4-13 se refere aos sofrimentos do remanescente judaico durante o período tribulacional. Porém, há sérios problemas com esse raciocínio: somente o remanescente ouvirá falar de guerras e rumores de guerras? Somente o remanescente verá nação se levantando contra nação, reino contra reino? Somente eles verão fomes e terremotos em vários lugares? Somente eles serão odiados de todas as nações por causa do nome de Jesus? Somente eles verão o amor de muitos esfriando e a iniqüidade se manifestando? No intuito de retirar a Igreja do contexto da revelação de Mateus 24, o autor afirma idéias no mínimo contraditórias... EE: Mateus 24:9 diz muito claramente que, "Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome". Deus selará 144.000 judeus no início desse período terrível é para eles que esse discurso é dirigido. O verso 13 tem sido mal compreendido e mal aplicado por muitos cristãos pensando que precisamos "perseverar até o fim" para sermos salvos, quando na realidade isso está se referindo ao livramento físico dos judeus que estarão vivos na Segunda Vinda de Cristo – no fim do Período da Tribulação! PO: Quando o Apocalipse revela a presença dos 144.000, deixa implícito que esses selados serão protegidos durante a tribulação (Apocalipse 7:1-8). Conseqüentemente, o martírio profetizado em Mateus 24:9 não se aplica a esse grupo. Vemos que a passagem em questão narra o ódio mundial contra aqueles que servem ao Salvador. A perseguição e subseqüente martírio se dão em função do nome de Jesus. Reflita conosco: a que grupo se aplica com mais propriedade essa profecia? Ao remanescente de Israel ou à Igreja? Note que a passagem em questão está atrelada ao período que antecede a tribulação denominado princípio de dores (Mateus 24:8), e não propriamente ao fim, que só virá após a pregação mundial do evangelho (Mateus 24:14). A partir do momento em que o pré-tribulacionismo reconhece a permanência da Igreja no princípio das dores, deve explicar como inseriu essa perseguição dentro do período tribulacional, que só é tratado a partir do versículo 11... Afirmar que as palavras de Jesus em Mateus 24:9 se aplicam diretamente aos 144.000 selados, é fugir a toda noção lógica e a qualquer análise histórica e gramatical. Jesus falou essas palavras aos discípulos ("sereis" entregues, "vos" matarão, "sereis" odiados...). Esses mesmos discípulos, semanas depois, começariam a pregar a todas as nações o evangelho das boas novas, fazendo discípulos. Eles foram perseguidos, torturados e mortos, por causa do nome do Messias, a exemplo do que tem ocorrido com muitos cristãos durante a história e continuará acontecendo até que o número de mártires "se complete" (Apocalipse 6:11). No tocante à perseverança até o fim, sem dúvidas se refere a uma condição espiritual, ao contrário do que afirma o autor. O próprio Mestre já tinha revelado aos discípulos que quem quisesse salvar a sua vida, a perderia, e quem a perdesse, por amor Dele, a salvaria (Mateus 16:25). Se atentarmos para o contexto de Mateus 24, veremos que o ato de perseverar (v13), está intimamente ligado à perseguição (v10) e à pregação mundial do evangelho (v14). Compare com Mateus 10:21-22, quando Jesus adverte aos discípulos sobre a perseguição que sofreriam em função da pregação do evangelho e os insta a perseverar até o fim: "E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais e os matarão. E odiados de todos sereis por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até ao fim será salvo". EE: Lembre-se que isso não pode se aplicar aos cristãos de forma alguma, pois naquele ponto – quando Jesus proferiu as palavras registradas em Mateus 24 – a igreja ainda era um mistério (Efésios 3:1-6). Observe que o verso 14 diz: "E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim". Meus amigos, o evangelho da graça ainda era desconhecido naquele tempo! Esse "evangelho do reino" – a mensagem que João Batista e Jesus cristo pregaram e à qual o Senhor está se referindo aqui – era "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus". Essa mensagem será pregada novamente durante o período da Tribulação pelos 144.000 israelitas citados em Apocalipse 7 e pelas duas testemunhas de Apocalipse 11:3. O fim do Período da Tribulação – que ocorrerá na Segunda Vinda de Cristo – não acontecerá até que essa mensagem específica do evangelho tenha sido ouvida por todas as nações e por meio da qual elas saberão que o reino literal de Jesus Cristo na Terra está prestes a ser iniciado. Quando o Senhor disse isso aos seus discípulos, ele tinha acabado de ser rejeitado como rei pela nação de Israel e sabia que suas palavras eram para uma futura geração de descendentes. Em nenhum lugar a igreja aparece aqui. PO: Aqui o autor começa diferenciando o "evangelho do reino" do "evangelho da graça". Essa é uma tendência dispensacionalista e pré-tribulacionista: duplicar elementos. São "duas últimas trombetas", "duas vindas", duas "primeiras ressurreições" e agora "dois evangelhos"... Não há motivos para diferenciar esses dois conceitos. O evangelho de Cristo foi pregado por Paulo aos gálatas. Diante dos anciãos de Éfeso, Paulo deixou claro que o evangelho da graça é o mesmo evangelho do reino, apesar de sua revelação ser progressiva: "Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. E agora, na verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o reino de Deus, não vereis mais o meu meu rosto" (Atos 20:24-25) Conseqüentemente, o evangelho do reino que será pregado a todas as nações antes do fim, fato profetizado por Jesus em Mateus 24:14, é o mesmo evangelho pregado por Paulo aos gálatas, aos efésios, e em qualquer lugar que ele chegava para exercer seu ministério! Jesus revelou que esse evangelho seria pregado no mundo inteiro, e não somente aos judeus. Graça e Reino são faces da mesma moeda. Lembremos que o reino do Senhor, após sua vinda gloriosa, será mundial e não somente restrito a Israel. Nós participaremos desse reino! Faz sentido então que, sobretudo na expectativa da volta de Jesus para instaurar seu reino, esse evangelho do reino seja amplamente pregado em plena tribulação, imediatamente antes do fim. A comissão para a pregação do evangelho a mundo inteiro foi dada à Igreja e não somente ao remanescente de Israel (Mateus 28:19-20) EE: Começando com o verso 15, temos o início da "Grande Tribulação" – os três anos e meio finais, que serão tão terríveis que o Senhor fez o seguinte comentário no verso 21: "Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver" (Mateus 24:21). Que os judeus são o foco principal desse discurso é deixado claro no relato paralelo encontrado em Marcos 13. Observe o fraseado do verso 9: "Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas; e sereis açoitados, e sereis apresentados perante presidentes e reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho” (Marcos 13:9) Pelo que sei, os judeus não costumam levar os cristãos às suas sinagogas por razão alguma, muito menos para surrá-los! No entanto, durante a tribulação, os 144.000 judeus eleitos serão perseguidos pelo seu próprio povo. Bem como pelos gentios. PO: Neste ponto, o autor associa a perseguição mundial retratada em Marcos 13:9 (veja Mateus 24:9-10), somente aos judeus. O autor relaciona o uso dos termos "concílio" e "sinagoga" para afirmar que essa profecia se refere exclusivamente à perseguição sobre o remanescente judeu. Porém, mais uma vez, uma detalhada análise histórica e gramatical derruba essa afirmação. Em primeiro lugar, o autor parece esquecer que a perseguição narrada no texto em questão será em função da pregação mundial do evangelho e não em função de ser judeu. Ao ler o contexto, isso fica bastante claro: "Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas; e sereis açoitados, e sereis apresentados perante presidentes e reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho. Mas importa que o evangelho seja primeiramente pregado entre todas as nações. Quando, pois, vos conduzirem e vos entregarem, não estejais solícitos de antemão pelo que haveis de dizer, nem premediteis; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo" (Marcos 13:9-11) É óbvio que a perseguição da Igreja começou logo após o seu começo, já no século I. Também é óbvio que os primeiros a serem perseguidos foram os discípulos (cristãos judeus), entregues a concílios e sinagogas. Porém, a perseguição contra os verdadeiros servos do Senhor tem sido uma constante a longo de toda a história e alcançará seu clímax durante o período tribulacional. Ao mesmo tempo em que o Mestre usa os termos "sinagoga" e "concílios", Ele também usa os termos "presidentes" e "reis", dando a entender que a perseguição contra seus discípulos será mundial, em função da pregação global do evangelho (Marcos 13:10). Quem ler o trecho de Marcos 13:9-13 sem preconceitos, verá que a perseguição aos discípulos e a pregação mundial do evangelho não abrange somente os judeus e sim toda a Igreja, sem distinção entre judeus e gentios. Tal perseguição tem sido progressiva e alcançará seu clímax no período tribulacional. Aqui cabe destacar mais uma contradição do modelo pré-tribulacionista: se a Igreja e o Espírito Santo serão retirados da Terra durante o período tribulacional, como afirma o pré-tribulacionismo, e se o próprio autor reconhece que a perseguição relatada em Marcos 13:9-11 se refere a esse período, como o Espírito Santo falará no lugar daqueles que serão presos? Será que o modelo pré-tribulacionista, que afirma a existência de "dois evangelhos", inventará também a existência de "dois Espíritos Santos", um para a Igreja e outro para os judeus? EE: Em seguida, no verso 22, temos uma frase muito interessante sobre a abreviação "daqueles dias" por Deus, pois se ele não fizesse isso, nenhuma carne se salvaria! Isso tem uma relação direta com o verso 36 – outro comentário feito pelo Senhor que tem sido mal aplicado há muitos anos. Os pastores dizem aos seus rebanhos, com base no verso 36, que ninguém poderá saber o "dia e a hora" do arrebatamento – quando esse verso não tem absolutamente nada que ver com o arrebatamento, pois considerado no contexto correto, está claramente se referindo à Segunda Vinda. A perseguição e matança será tão grande que Deus abreviará aqueles dias para que alguns permaneçam vivos para povoar o Reino Milenar. E, como o período será abreviado (algo menor que o número total de dias profetizado por Daniel), ninguém saberá o dia e a hora exatos!!! Lembre-se que todo o capítulo 24 de Mateus está lidando com os judeus sob a lei e não com a igreja sob a graça – a igreja e o arrebatamento, naquele tempo, ainda eram mistérios não revelados dos conselhos de Deus. PO: Neste ponto, o autor precisa mostrar o que ainda não conseguiu: separar biblicamente o arrebatamento da segunda vinda. É muito fácil afirmar que "esta" ou "aquela" passagem se refere somente aos judeus ou somente à Igreja, sem mostrar claramente a razão para tal afirmação. Ao não possuir suficiente base bíblica e histórica, o pré-tribulacionismo usualmente utiliza mecanismos baseados na dedução. Quem lê o sermão profético de Mateus 24 perceberá que a segunda vinda de Jesus não será apenas uma vinda para os judeus. Jesus não estava falando para integrantes de uma nação e sim para os futuros líderes de sua Igreja. No versículo 3, fica claro que o Senhor revelou as verdades escatológicas aos discípulos mais chegados, aqueles que seriam as colunas da Igreja primitiva. Depois de Sua ressurreição ordena que aqueles mesmos discípulos ensinem a pessoas de todas as nações a guardarem todas as coisas que Ele havia ordenado (Mateus 28:20). Como exemplo disso vemos que a exortação para vigiar é para a Igreja também, pois o apóstolo Paulo menciona a vigilância em I Tessalonicenses 5:1-11. Note a semelhança do tipo usado por Paulo com aquele usado por Jesus: a chegada de um ladrão, deixando claro que a Igreja primitiva tinha como base escatológica as revelações de Jesus em seu sermão profético, não diferenciando arrebatamento de segunda vinda. Paulo, em suas palavras escatológicas, utiliza o mesmo modelo deixado pelo Senhor Jesus no sermão profético, deixando claro que as palavras proferidas por Jesus e registradas em Mateus 24 serviram como a principal base escatológica para a Igreja primitiva, coisa que o autor quer negar para a Igreja atual. Vejamos a sincronia entre as profecias do Senhor Jesus e as revelações dadas a Paulo para a Igreja: Jesus: "Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa" (Mateus 24:42-43) Paulo: "Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite... Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como ladrão" (I Tessalonicenses 5:2,4) Jesus: "E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará... Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo..." (Mateus 24:12,15) Paulo: "Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele... Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora, de sorte que se assentará como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus" (II Tessalonicenses 2:1,3-4) Conseqüentemente, o fato de não saber "o dia nem a hora" está também atrelado ao arrebatamento, o qual ocorrerá após o cumprimento de todos os sinais profetizados por Cristo (Mateus 24:33). A explicação fornecida pelo autor sobre a abreviação dos dias é a mais conseqüente e certamente influenciará, junto a outros fatores, tais como a perseguição à Igreja e os abalos cósmicos, a precisão no que se refere ao conhecimento do dia e da hora da vinda do Senhor. Também não devemos esquecer que a vinda do Senhor em glória será precedida pelos sinais que antecedem o Dia do Senhor, o sol e a lua escurecendo, o que certamente provocará uma escuridão total no planeta por alguns dias. Tudo isso faz a datação da vinda do Salvador, no que se refere ao dia e a hora, coisas praticamente impossíveis, mesmo em pleno período tribulacional (para maiores detalhes, acesse o tópico IMINÊNCIA). A respeito do fato da Igreja e do arrebatamento, por ocasião da ministração do sermão profético de Jesus, serem ainda "um mistério" como afirma o autor, é preciso examinar as Escrituras e perceber que o próprio Mestre já havia mencionado anteriormente tanto a Igreja, a ressurreição dos salvos e o arrebatamento: "Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela" (Mateus 16:18) "Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia" (João 6:40) "Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado. Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e outra será deixada" (Lucas 17:34-35) "O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno; O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniqüidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (Mateus 13:38-41) Todas essas palavras de Jesus foram proferidas antes do sermão profético registrado em Mateus 24, e nelas fica clara a revelação da Igreja e do arrebatamento. EE: O verso 44 tem sido usado para fortalecer o argumento que ninguém pode saber o tempo do arrebatamento, quando na verdade ele está falando dos judeus aterrorizados que estarão escondidos e suas mentes preocupadas com a sobrevivência – não em contar o número de dias que faltam na "Grande Tribulação", conforme informado ao profeta Daniel (um dos argumentos usados contra "saber o dia e a hora"): "Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis” (Mateus 24:44) Pense nisto – os cristãos são exortados em todo o Novo Testamento a vigiar e a aguardar o retorno do Senhor para nos levar a si mesmo e somos ensinados que não virá como uma surpresa, de acordo com o seguinte: "Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, com os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios"(I Tessalonicenses 5:4-6) PO: O versículo 44 de Mateus 24 deve ser interpretado de acordo com o contexto. Neste ponto o autor, em parte, tem uma atitude positiva: associa a exortação à vigilância em Mateus 24:44 à segunda vinda de Jesus em glória, após a tribulação, e não somente a um arrebatamento pré-tribulacional inesperado e repentino, como muitos pré-tribulacionistas têm feito. Note que o Messias fala "estai vós apercebidos também". O Senhor sabia que Sua vinda não ocorreria antes de 70 DC (destruição de Jerusalém), não ocorreria antes da morte de Pedro já velho (João 21:18-19), não ocorreria antes da pregação do evangelho a todas as nações (Mateus 24:14), não ocorreria antes da abominação desoladora (Mateus 24:15) e não ocorreria antes dos sinais que antecederão o Dia do Senhor (Mateus 24:29), dentre outros sinais prévios. Não obstante, nós vemos no Novo Testamento a ardente expectativa da Igreja do século I de que Jesus voltasse já em seus dias... Eles esperavam que todos os sinais proféticos que antecedem a vinda do Senhor se cumprissem já em seus dias e Jesus voltasse em glória para derrotar o anticristo (que eles associavam a certos imperadores romanos) e reunir-se à sua Igreja no seu reino. Essa expectativa fica visível nas principais alusões de Paulo ao arrebatamento, quando o próprio apóstolo se inclui entre os que poderiam estar vivos por ocasião do arrebatamento (I Coríntios 15:50-53, I Tessalonicenses 4:16-17, II Tessalonicenses 1:8-10). Note que Paulo escreveu todas essas passagens antes do ano 68 d.C, possível ano em que morreu decapitado em Roma. Conseqüentemente, versículo 44 de Mateus 24, foi dirigido à Igreja primitiva, no intuito de animá-los diante da ferrenha perseguição que teriam que enfrentar, no sentido de que eles não desanimassem no tocante à bem-aventurada esperança da volta gloriosa do Mestre (Tito 2:13). Jesus, ao mesmo tempo em que os animou a desejarem de todo coração a manifestação de sua gloriosa vinda, foi muito claro com eles: "numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem". EE: O ajuntamento dos escolhidos de Deus "desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus" (verso 31) é "logo depois da aflição daqueles dias..." (verso 29) – Novamente, essa é a Segunda Vinda e não o arrebatamento. As ilustrações "será levado um, e deixado o outro" dos versos 40 e 41 – tão freqüentemente usadas para ilustrar o arrebatamento – na verdade referem-se à separação das ovelhas e dos bodes discutida em Mateus 25:33; os que ficarem são aqueles que entrarão no reino milenar. E essa passagem está, logicamente, em um contexto não interrompido, e é parte dos comentários entendidos do Senhor com relação à sua segunda vinda. É compreensível que muitos tentem usar Mateus 24 como texto de prova para o arrebatamento, pois grande parte do capítulo parece "se encaixar" nele, mas, como vimos – uma inspeção cuidadosa revela que isso simplesmente não é o caso. PO: Até o momento a "inspeção cuidadosa" do autor tem se limitado a negar veementemente que o capítulo 24 de Mateus esteja dirigido à Igreja e que nesse capítulo esteja inserida a promessa do arrebatamento. O autor precisa explicar onde está revelada na Palavra a promessa de um ajuntamento dos escolhidos nos céus, diante da vinda de Cristo, com poder, glória, presença de anjos e som de trombeta que não se refere ao arrebatamento da Igreja. Quando o autor conseguir demonstrar isso na Bíblia, então deixaremos de acreditar que a promessa do ajuntamento dos escolhidos em Mateus 24:31 é uma promessa de arrebatamento dirigida aos discípulos do Senhor em todos os tempos, ou seja, sua amada Igreja. A partir do momento em que o próprio autor afirma que a passagem de I Tessalonicenses 4:16-17 se refere ao arrebatamento, deverá consentir que Mateus 24:30-31 também relata o mesmo evento. É só notar as semelhanças entre as profecias de Jesus e a revelação recebida por Paulo: "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus" (Mateus 24:30-31) "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz do arcanjo, e com a trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor" (I Tessalonicenses 4:16-17) Somente alguém que se fundamente em idéias preconcebidas e não na clareza da revelação de Cristo poderá negar que ambos os textos se referem a um mesmo evento. A passagem de I Tessalonicenses não é um "mistério" revelado a Paulo, mas uma repetição por parte do apóstolo daquilo que nosso Senhor já havia revelado anos antes. Paulo, ao consolar os tessalonicensses com relação à esperança da vida eterna, relembra as Palavras do Senhor ditas no Monte das Oliveiras pouco antes de Sua crucificação. É só ler o contexto de I Tessalonicenses 4:16-18 para entender isso. As revelações de Jesus aos seus discípulos, registradas em Mateus 24, estão englobadas no ensino de "todas as coisas que eu vos tenho mandado" de Mateus 28:20. O Mestre comissionou o ensino de todas essas coisas (inclusive o sermão profético) a todas as nações. EE: Embora muitos bons homens tenham "quebrado a cara", tentando prever a data do arrebatamento, Mateus 24:36 não é uma barreira legitima! Os eventos mundiais e as atitudes nacionais estão aparentemente convergindo a um perfeito alinhamento com o que as Escrituras dizem que são as condições existentes na época do aparecimento do Anticristo. Assim sendo, e pelas razões detalhadas anteriormente, acreditamos que o arrebatamento possa ocorrer a qualquer momento. Você está preparado para encontrar com o Senhro nos ares? PO: Evidentemente, não há base bíblica alguma para calcular a data da vinda de Jesus. O cristão deve estar preparado e vigilante para esse glorioso evento, desejando-o ardentemente. Para tal, temos sinais preciosos deixados por Jesus e ratificados em todo o Novo Testamento, no intuito de precaver-nos, para que aquele dia não nos pegue de surpresa (I Tessalonicenses 5:1-11). Ou seja, nós já dispomos de todos os dados para identificar os sinais profetizados pelo Senhor Jesus, os quais antecedem sua volta gloriosa, após a tribulação. Durante o período tribulacional, os servos do Salvador terão todos os elementos proféticos já revelados na Palavra para identificarem o tempo certo da vinda do Senhor e do arrebatamento. As profecias de Daniel, tão detalhadas na contagem dos dias e dos eventos do fim, nos dão uma idéia clara do cronograma tribulacional (Para maiores detalhes, acesse o tópico AS SETENTA SEMANAS) O âmago da questão aqui é que, quando Jesus afirmou que ninguém sabia o dia nem a hora, não estava somente falando do arrebatamento e sim da segunda vinda em si. Quem ler o contexto saberá disso. Então, se o próprio Mestre determinou que sua vinda gloriosa seria logo após a grande tribulação, então não podemos afirmar que Jesus voltará a qualquer momento. Ele voltará após a concretização de todos os sinais prévios, até mesmo aqueles que antecedem o Dia do Senhor (o sol e a lua escurecendo). Somente após o cumprimento de todos os sinais, inclusive a própria tribulação, é que poderemos dizer que sua vinda está "às portas" e que o arrebatamento, que faz parte dessa vinda e que não deve ser separado dela, ocorrerá a qualquer momento (Mateus 24:33). EE: Que fique bem claro que não adotamos a posição do arrebatamento anterior à Tribulação porque não somos "corajosos" o suficiente para passar pelas perseguições do Anticristo. Muitas pessoas nos escrevem fazendo exatamente essa acusação. Essa noção é uma bobagem, por um único fato bem simples: Embora a igreja será poupada das perseguições do Anticristo, passará pela fase inicial das dores de parto que produzirão o Anticristo. PO: Não duvidamos da coragem que o autor possa ter. Essa deve ser uma característica de todo servo do Altíssimo, independente de sua corrente escatológica, pois para nós o viver é Cristo e o morrer é lucro. Porém, o âmago da questão aqui é: estaria o autor preparado em todos os sentidos, na hipótese de estar errado em suas concepções pré-tribulacionistas, para enfrentar o período tribulacional, se nem sequer cogita a hipótese de passar por esse período? Em Cristo, Jesiel Rodrigues
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